terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Volta às aulas

O que representa este momento?
Lembro-me que quando era criança, o início de cada ano letivo era sempre cheio de emoções, de entusiasmo, de alegria por estar na série seguinte, do prazer pelo cheiro de material escolar novo, e de curiosidade sobre os colegas da turma e os professores.
Hoje, revivo essa experiência com minha filha de seis anos, ansiosa pelo material escolar e  pelo primeiro dia de aula, e alegre ao nos encontrarmos ao final dessa aula.
Do ponto de vista pedagógico, a volta às aulas pode representar o retorno a uma longa jornada de crescimento, a um longo caminho de aprendizagem e de desenvolvimento. Pode significar a renovação e a fé no ensino escolar que possa garantir dias melhores, um futuro promissor, sucesso profissional e pessoal, que possa formar cidadãos melhores que contribuam para uma sociedade mais fraterna, mais justa, com melhor distribuição de renda, e, enfim, para um mundo melhor.
Da perspectiva docente, a volta às aulas pode ser tudo isso, ou pode ser o fim das merecidas férias e o início de um árduo trabalho pedagógico com incontáveis frustrações, sem esperança e ânimo, em uma realidade dura e sofrida ao lidar com alunos e pais, com colegas e equipe escolar, com a comunidade, com as cobranças e com os índices educacionais.
O fim das férias pode suscitar sensações de perda, perda do tempo livre, do descanso, do lazer, da tranquilidade, do dinheiro para o material escolar, das viagens etc. Mas pode ser visto como um recomeço carregado das boas sensações e ideias de início de ano.

Para todos, a volta às aulas é o início de um processo educativo em que se sabe onde começa e aonde se quer chegar, mas o caminho e a chegada estão para o porvir. E depende de nós.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Qual educação?



"... Nós estamos convencidos, portanto, que os senhores desejam o bem para nós e agradecemos de todo coração.
Mas aqueles que são sábios reconhecem que diferentes nações têm concepções diferentes das coisas e, sendo assim, os senhores não ficarão ofendidos ao saber que a vossa idéia de educação não é a mesma que a nossa.
... Muitos dos nossos bravos guerreiros foram formados nas escolas no Norte e aprenderam toda a vossa ciência. Mas, quando eles voltaram para nós, eles eram maus corredores, ignorantes da vida na floresta e incapazes de suportarem o frio e a fome. Não sabiam como caçar o veado, matar o inimigo e construir uma cabana, e falavam a nossa língua muito mal. Eles eram portanto, totalmente inúteis. Não serviam como guerreiros, como caçadores ou como conselheiros.
Ficamos extremamente agradecidos pela vossa oferta e, embora não possamos aceitá-la, para mostrar a nossa gratidão, oferecemos aos nobres senhores de Virgínia que nos enviem alguns de seus jovens que lhes ensinaremos tudo o que sabemos e faremos deles, homens.”
Esse é um trecho de carta escrita por chefe indígena por ocasião do tratado de paz que Virgínia e Maryland (Estados Unidos) assinaram com os índios das Seis Nações.
Cada sociedade decide que tipo de cidadão deseja formar e a educação se encarrega disso. Na sociedade democrática atual, a prioridade deve ser consolidar a inclusão social e legitimar valores democráticos.


quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

A travessia do rio


Em um largo rio, de difícil travessia, havia um barqueiro que atravessava as pessoas de um lado para o outro.
Em uma das viagens, iam um advogado e uma professora.
Como quem gosta de falar muito, o advogado pergunta ao barqueiro:
- Meu caro barqueiro, você entende de leis?
- Não, senhor - responde o barqueiro.
E o advogado, compadecido:
- É uma pena... Você perdeu metade da vida!
O barqueiro nada responde.
A professora, muito social, entra na conversa:
- Seu barqueiro, o senhor sabe ler e escrever?
- Também não sei, senhora - responde o remador.
- Que pena... - condói-se a mestra. Você perdeu metade da vida!
Nisso, chega uma onda bastante forte e vira o barco.
O canoeiro, preocupado, pergunta:
- Vocês sabem nadar?
- Não! - responderam eles rapidamente.
- Então, é pena... - conclui o barqueiro. Vocês perderam toda uma vida!
Desconheço o autor
"Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes". (Paulo Freire)


Onde está a sabedoria que se perdeu com o conhecimento?

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Carta de Abrahan Lincoln ao professor de seu filho


"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, que para cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhe cer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.
Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.
Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Conhece-te a ti mesmo

No mesmo pensamento, o Ph.D John Gottman lançou o livro Inteligência Emocional e a Arte de Educar nossos Filhos, em que apresenta a aplicação dos conceitos da teoria na relação entre pais e filhos.
A partir de estudos, entrevistas e observações, desde 1986, Gottman vem desenvolvendo a proposta de que os pais sejam preparadores emocionais dos filhos, e assim, as crianças possam ser mais saudáveis emocionalmente, e, posteriormente, possam se tornar adultos mais saudáveis e bem sucedidos. Desta obra, extraiu-se o trecho:
"
Na última década, a ciência descobriu muita coisa sobre o papel da emoção em nossa vida. Os pesquisadores verificaram que até mais do que o QI, a percepção emocional e a capacidade de lidar com os sentimentos determinam o sucesso e a felicidade da pessoa em todos os setores da vida (...)" (p.20, 8a. ed., 1997)

A teoria tem alguns pontos em comum com a Inteligência Intrapessoal, de Gardner, hipotetizador da Teoria das Inteligências Múltiplas.

Verdade seja dita, estamos dissociados de nós mesmos. Temos dificuldades em reconhecer as próprias emoções e os sentimentos, e de dar uma direção inteligente a eles. No entanto, nossos comportamentos são constantemente influenciados pela razão e pela emoção. A nossa percepção de mundo junto com o diálogo interno interagem influindo na saúde física, psíquica e intelectual.
Mas, quão distante está a humanidade de atingir essa consciência e essa inteligência?

Sucesso depende da 'inteligência emocional'

Em matéria da Folha de São Paulo, de 24 de setembro de 1995, com o título deste post, o mesmo Gilberto Dimenstein comentou as pesquisas produzidas nos Estados Unidos acerca da "inteligência emocional", um novo conceito surgido nas pesquisas do Ph.D Daniel Goleman, ex-professor de Harvard, autor do livro Inteligência Emocional, lançado na mesma época nos EUA. O conceito veio ampliar as antigas e rígidas crenças no QI, que influenciou escolas, empresas, administração pública, e várias áreas da ciência.

Crianças e autocontrole - inteligência emocional

Gilberto Dimenstein comentou hoje na CBN um recente estudo que aponta que crianças que conseguem lidar melhor com a frustração tendem a ter sucesso e bons empregos.
Para ver a matéria no site, o acesso é:


http://catracalivre.folha.uol.com.br/2011/06/o-sucesso-dos-fracassados/